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Curso de Letras Diurno

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Francisco Rômulo Barreto Ramos (1959-2021)

Esta é uma página de memória e homenagem ao nosso estimado Rômulo, que trabalhou na UFC por 37 anos e, na Coordenação do Curso de Letras, por 10 anos. E que foi uma entre as mais de 250 mil vítimas da COVID-19 até o momento. Neste 25 de fevereiro de 2021,  após 30 dias de seu falecimento, deixamos aqui nossas lembranças, nosso afeto e nossos agradecimentos a ele.

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Querido Rômulo,

Difícil acreditar que você morreu. Não pude te visitar, não conheci sua família, não pude te enviar aqueles mimos e guloseimas que a gente manda pros amigos hospitalizados. Não acompanhei sua piora, não vi seu corpo, não fui ao velório, não te enterrei, não vi no rosto da nossa galera a cara de pasmo e incredulidade. Não choramos juntos por você, não teve minuto de silêncio, não suspendemos as aulas, não cantamos bêbados o hino do Fortaleza em sua homenagem, não fizemos uma faixa com seu nome, não levamos flores ao bosque.

Como é do meu estilo, eu me sentiria mal, e teriam que cuidar de mim. Não passei, não cuidaram.

Obrigada por tudo, viu Rômulo? Pelas vezes que esqueci o número da matricula (¨mas tu só tá aqui há 5 anos, né? como ia lembrar?), pelos minutinhos roubados pros muitos cigarrosssss com café, falando mal da vida alheia (só de quem merecia), por não haver problema sem solução (tu sempre arrumava o endereço de quem resolvia), pela falsa cara de brabo, pelo respeito, pela consistência de anos na conduta amável e eficiente, pelas risadas roucas, pela atenção.

Quando pedi pra minha irmã ir doar sangue pra você, fiz tanta propaganda que ela brincou: ¨se ele estiver precisando, também posso doar um rim¨ e voltou do fujisam dizendo que tua devia ser querido mesmo, porque tinha lá um time do Fortaleza pra dividir o sangue contigo.

Obrigada Rômulo, só porque eu gostava de você e você gostava de mim – sem pretextos nem explicações -, só porque os santos da gente cruzaram, e é tão bom quando isso acontece, achar um povo imperfeito como sou, ainda amigo de gente, de jogar conversa fora, praia, cerveja, cigarro e futebol, nesse mundinho cheio de pessoas de plástico e verniz.

Você dizia que tava na bica de se aposentar, eu te dizia que a gente não ia viver sem você, que você não tivesse o mau gosto de se retirar antes da minha formatura. Poxa, Rômulo, puta que pariu, só te perdoo por que sei que tu foi a força.

Tiraram da gente, Rômulo, o mais elementar direito de tristeza de um humano, fazer o ritual da passagem dos entes queridos. Te abençoar, orar por você, relembrar as presepadas, te marcar na memória, te despachar em grupo, com tão boas vibrações que a ida pro céu (talvez uns minutinhos no cantinho do pensamento) ia ser de a jato.

Te amo, magrão, como só os tortos se amam.

Você não evaporou, viu? Estará forever no meu coração.

Um beijo, vai em paz. Esquenta uma mesa da diretoria pros amigos.

Até.

Ana Virgínia Bastos Montezuma – Aluna do Curso de Letras Diurno/UFC

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Meu contato com o Rômulo, bem como com muitas pessoas na universidade, foi pequeno, mas sempre agradável. Desde o primeiro dia em que cheguei ao CH e precisei ir à coordenação, sempre fui bem recebida e bem atendida por ele. Jamais houve um dia em que o tenha visto de mau humor ou que tenha deixado de tratar bem ou atender a alguma necessidade de qualquer aluno. Em todas as vezes que precisei de alguma informação, algum documento, qualquer coisa que fosse, ele fez o seu melhor. Dentro de sua competência, atendia satisfatoriamente e fazia até mais, para facilitar e viabilizar qualquer coisa que precisássemos. Me parecia ser reservado, mas era sempre educado, cumprimentava a todos, brincava com alguns mais íntimos e sempre, sempre responsável. Vai ser estranho voltar àquela sala e não vê-lo, não encontrá-lo na primeira mesa. Vai ser triste, mas também vamos sentir gratidão por tê-lo conhecido e convivido com ele. Fez e sempre fará parte da nossa história acadêmica e será lembrado por muitos, por muito tempo. Foi um facilitador de nossas vidas e agora, nos deixa em dificuldade por não termos podido nos despedir adequadamente, mas talvez, até por isso, permaneça mais nítido em nossa memória. Se, por um lado, é ruim não termos esse adeus, por outro, nos poupa o dissabor das
lágrimas tristes. Melhor ficarmos com a lembrança de seu sorriso e do até mais, ao invés de adeus.

Tatiana de Freitas – aluna do Curso de Letras Português-Inglês

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Homenagem escrita ao Rômulo

Nem sei, ainda hoje, por onde começar a escrever. É tão estranho imaginar que as palavras de agora soam como uma despedida, como uma lembrança distante de alguém que já não mais está conosco…
Rômulo, meu querido, eu desejo que você saiba, onde quer que esteja, que eu me sinto grata por tê-lo conhecido e podido testemunhar de perto sua solicitude, presteza, diligência e atenção nas atividades do dia a dia, no interesse pelas nossas causas, no receber e cumprimentar educadamente os alunos, quer na Coordenação quer nos corredores do bloco; no aceno da cabeça e no sorriso de canto ao reconhecer um rosto nosso, nas brincadeiras à frente do prédio, nas risadas descontraídas entre os intervalos do trabalho etc. Foram muitos os momentos de ajuda quando mais precisamos e, no caso de não conseguirmos algo que quiséssemos, era você quem nos incentivava e buscava os nossos interesses como se o mais interessado fosse você, de modo tão gentil e cortês! Eu não cheguei a conhecê-lo de tão perto, eu sei, mas creio que o pouco que via no homem que você era se tratava apenas de uma amostra das suas muitas qualidades e do que havia de bom guardado no seu coração!
Rômulo, eu chorei com a sua partida e agora, lendo o que escrevo neste momento, me emociono novamente. Mas hoje, meu querido, desejo que você repouse tranquilo, em paz e cercado de luz! A matéria não é o fim, mas o pontapé para algo maior e sublime. A você, querido, meu muito obrigada por tanto! Você não será esquecido.

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor,
planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês
esperança e um futuro.
(Jeremias 29:11)

Dayra Rodrigues Firme – aluna do Curso de Letras/UFC

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Fico pensando em várias conversas que tive com o Rômulo na frente do bloco do diurno entre uma baforada e outra do cigarro dele. Em uma dessas conversas ele falava que ia se aposentar nesse ano ou no outro, algo assim, brincando disse que ele não poderia se aposentar, só depois de me formar se não quem ia me ajudar nos perrengues da matrícula. Estava conversando sobre isso com uma amiga, como ele e o Marcos fazem parte da nossa formação, que nos ajudam e nos guiam para conseguir concluir o curso. Fico imaginando a dor que vai ser chegar na coordenação e não ver mais o Rômulo, não ver ele na barraquinha do Ruy, não ver ele na frente do bloco dando as suas baforadas. Quando me formar, queria que ele soubesse que foi com a ajuda deles, que sem essa ajuda sem dúvida passar pela universidade seria bem mais difícil. Grata por tudo Rômulo.

Leidiane Sousa Barros – aluna do Curso de Letras/UFC

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Grata pelos serviços prestados na coordenação, Romulo!! Sentiremos muita falta da sua presteza e humanidade dentro daquela coordenação e bloco de Letras. Meus mais sinceros pensamentos positivos elevados a sua alma e você que agora descansa em paz.

Ana Érica Bandeira de Assis – aluna do Curso de Letras/UFC

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Rômulo foi meu amigo de infância e adolescência. Nos reencontramos aqui na UFC. Na rua onde a gente morava, ele era chamado de sabonete, porque só andava cheiroso e arrumadinho rsrsrs. Era “magão” também! Não havia quem não gostasse dele, com aquele jeitão de andar pulando que todo mundo mangava. Mas era tudo brincadeira, ninguém fazia bullying naquele tempo. Minha mãe só faltava amarrar o Rômulo na mesa mandando ele comer, perguntando se ele passava fome, porque ele sempre foi muito magro. Mas a gente sabia que ele era o filho mais novo de uma família de cinco mulheres e era muito paparicado. Rômulo deixou uma história muito linda em sua vida. Dedicação à família e aos alunos, amizades verdadeiras e muito valor. Pouca gente conheceu o Rômulo.

Sandra Maia – Professora do Curso de Letras/UFC

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O Rômulo sentava na cadeira mais à esquerda, perto da parede. Ali ele atendia os alunos e as alunas do curso, nas suas várias demandas. O curso tem mais de 1.200 alunos/as, então o atendimento na coordenação é a atividade mais exigente e mais importante. Em certos períodos, como os de matrícula, são dias e dias de atendimentos contínuos. O Rômulo tinha um envolvimento especial com essa atividade. Levava muito a sério resolver os problemas dos alunos do curso, mesmo quando havia perda de prazos. Muitas vezes assinei documentos com pedidos de reconsideração feitos por ele, insistindo com a PROGRAD para atender os pedidos dos alunos. E quase sempre dava certo. Ele era muito tranquilo e gentil. Faz pena que tenha partido assim, nessa conjunção de perigos do nosso tempo, que não tenha tido chance de lutar pela vida, com a força que ele teria, por si mesmo e por todos nós.

Irenísia Torres de Oliveira – professora do Curso de Letras e Coordenadora do Curso de Letras Diurno desde março/2019

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É difícil aceitar que alguém muito especial, com um amor tão grande pela vida, parta assim, cedo demais. Obrigada pela sua sincera amizade, vai com Deus.

Ana Paula Pinto da Costa Silva – funcionária da portaria do Bloco do Curso de Letras Diurno

 

 

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